Lado a lado existem os jardins da Faculdade de Belas-Artes e o antigo palacete família Narciso e Azevedo. Nos últimos anos, a existência do primeiro trouxe para a luz a existência do segundo, convocando-se mutuamente. A partir destes dois espaços, as imagens criadas trabalham uma memória originária do lugar. A flora foi o meio condutor, o elemento vivo que atravessa temporalmente estes espaços, através da sua resistência e renovação ao longo do tempo.
O vazio do branco explora esta ideia de memória do lugar através de uma relação de contacto com o que ainda lá está. Essa relação é evidenciada através do quimigrama — a superfície fotossensível que vem prender este contacto, procurando coagular o invisível no visível. O que fica, aquilo que de algum modo nos toca. É dessa forma que o vazio branco do papel fotossensível se torna aqui lugar de surgimento onde a memória pode ser impressa. Aqui, as imagens são lugares de passagem, que surgem pelo toque entre essa superfície e os elementos naturais do espaço.
O vazio do branco explora esta ideia de memória do lugar através de uma relação de contacto com o que ainda lá está. Essa relação é evidenciada através do quimigrama — a superfície fotossensível que vem prender este contacto, procurando coagular o invisível no visível. O que fica, aquilo que de algum modo nos toca. É dessa forma que o vazio branco do papel fotossensível se torna aqui lugar de surgimento onde a memória pode ser impressa. Aqui, as imagens são lugares de passagem, que surgem pelo toque entre essa superfície e os elementos naturais do espaço.
Publicação Tropismo Fotográfico #2
Fotografias do Dinis Santos
Trabalho desenvolvido no contexto da residência artística "Tropismo Fotográfico" para a Bienal de Fotografia do Porto 21'.
A selecção apresentada foi maioritariamente revelada através de um processo de revelação fotográfica alternativo, o caffenol, química feita à base de café instantâneo e vitamina C. As imagens foram realizadas a partir da flora que circunscreve os jardins da Faculdade de Belas-Artes e do antigo palacete da família Narciso e Azevedo. As plantas utilizadas, tais como a celidónia, as chagas, o sabugueiro, a urtiga, a camélia, a azálea ou os fetos, pontuam geograficamente estes dois espaços e traçam um caminho, desde o lago frente ao Pavilhão Carlos Ramos até ao muro da antiga rua da palma.