A luz oblíqua da tarde/Morre e arde

Sophia de Mello Breyner Andresen in Dia do mar 







2017—2019 luz oblíqua — a imagem contextualizada
Arquivo Municipal Fotográfico, curadoria de José Luís Neto,  Lisboa, PT


















selecção imagens realizadas entre o porto e lisboa, entre o mar e a terra.

película C-41, fotografia digital, quimigramas



as imagens parecem convergir em dois pontos essenciais: a forma e a luz.

as fotografias remetem para uma ideia de confluência, de coisas que se encontram ou se tocam sobre a luz, sendo ela o ponto de conexão entre os objectos representados — é a modelação que a luz faz que motiva a captura da imagem. Procuro a luz que pontua, que enuncia as formas.

o projecto explora a abstracção ou dissimulação do referente, a ideia de cheio/vazio ou de recorte e projecção. Procura impreterivelmente a luz: uma luz oblíqua, ambígua como as imagens que dela resultam.

a geografia das fotografias é dispersa e movimenta-se entre o espaço interior e o espaço exterior, permitindo que eles se contaminem. Há portanto um trabalho de diálogo e também de memória na captação das imagens, um movimento de recondução visual entre estes dois espaços, visível na repetição de formas, nas orientações de linhas e focos que se aproximam ou se assemelham. Este reencontro de elementos provém da insistência numa ideia de todo que não se fecha sobre si mesmo um círculo que se expande continuamente, um espaço de luz em construção.